Poetas amazônicos. Sentir medroso

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Poema para quem quer que seja

Sempre que espero
tua vez de estar comigo.
Sempre que tocas meu nome,
ou roças minha pele.
E quando comigo sonhas,
e quando em mim pensas,
penso no terreno movediço
que evitamos pisar,
caminho tortuoso
que evitamos trilhar,
nas palavras ternas
que negamos falar,
na saudade mordente
que rejeitamos saudar,
na tristeza esparsa
que recusamos matar,
no sentir medroso
que medramos ousar,
no amor ousado
que não ousamos amar…

– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

De Hamilton Fernandes, poeta santareno residente em Macapá (AP).

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