Soneto
És desejo, talvez, ou limpo canto
Que se põe como branca toalha sobre
A descampada e vaga solidão
Do vasto campo azul deste meu canto.
És a fuga, talvez, de fontes puras
Que se lançam medrosas e perdidas
Para o mar tenebroso, inavegável,
De onde chego no canto feito nave.
És a rosa. Ou quem sabe se és a sombra
Das estrelas morridas de não ser
Mais que luz, mais que brilho solitário?
Ou te pões, simplesmente, como a nota
Que fugiu para sempre da sonata
Imatura que eu compus de brilhos falsos?
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