Foto: álbum familiar/Terezinha Pacheco
O vereador santareno Raimundo Pacheco (Pachequinho), entre 1976 e 1982, e ao lado de Moura Palha e Jader Barbalho
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Deixa para após 07 de novembro de 2014, quando completarei somente 70 (setenta) aninhos de idade. E, possa pedir minha aponsentadoria integral, com o dever cumprido, sempre com ânsia de descubrir a verdade real dos fatos (delitos), pelos mínimos detalhes, vestígios ou evidências/indícios rumo a persecução penal. Quando poderei, sem responder PADs pelas denúncias praticadas sob o manto da Lei nº 5.810/94 -RJU, Art. 177 e inciso VIII; mesmo assim. Não tenho no meu prontuário funcional eivado de …, a menor penalidade deste Regimento; que é a REPREENSÃO. É bem verdade, você sabe da Carta Aberta de 1998 a 1999 (municipalização da saúde em Santarém), perdi o convênio do meu Lab. São João, por não ter me subjugado ao interesse do Sec de Saúde e seu mandatário; fui a falência e fechei meu Laboratório. Tenho ralmente uma história no futebol, na sociedade, na política partidária e na vida profissional, como farmacêutico, como bioquímico (32 anos de exercício) e como perito criminal. Nesta tenho algumas mágoas (nunca fui irresponsável) e naquela com algumas mágoas (nunca fui desleal). Contudo, sinto-me um vencedor e em parte sou o arquiteto de meu próprio destino. “Tudo está dentro de nós, basta expargir”. Que os anjos digam amém, que eu possa chegar lá !!!
Aproveito a oportunidade para ressaltar que, iniciei minha vida partidária em meado de 1982, filiação no PMDB, pelo vereador de então, padrinho Aurélio Pinto; que se tornou meu grande amigo.
Um dia precisamos contar tua história também, LFO…rs
Égua ! Notável Jota Ninos. Quem diria ! Que sabias, de toda essa história e trajetória política do tão conhecido e popular Pachequinho ! Parabéns, ao narrar, com exuberância de mínimos detalhes, incluindo os autores de seus percalços políticos. Assim como, a trajetória judiciária de certas personagens vivas até hoje. História verídica e inconteste. Tu és um Repórter de grandiosidade e coragem. No Brasil de hoje, para se falar a verdade real dos fatos; precisa de muita … Tá dito e não negarei nem sob o artigo de lei nº … Por fim, recebes a minha iração.
Um político marcado pela traição
Raimundo Barbosa Pacheco é talvez um dos políticos mais injustiçados da recente história de Santarém. Pouca gente lembra que depois de conseguir sua eleição como vereador pelo antigo MDB nos anos 1970, quebrando a hegemonia de votos de outros políticos locais, Pachequinho entrou para a história como 1º vereador do PT, no Pará, filiando-se em 1981 ao partido que começava a ser organizado em Santarém.
Pachequinho integrava, à época, o grupo liderado pelo ex-sindicalista Mário Bezerra Feitosa, presidente do Sindicato dos Tecelões (que congregava uma categoria que seria extinta anos depois, a dos trabalhadores da Tecejuta). Esse grupo tinha ainda o ex-gerente da Gráfica Tiagão, Gonçalo Feitosa (irmão de Mário), Dinaldo Castro Pedroso, o popular “Nal” e outros membros ligados à igreja e ao incipiente movimento ambientalista já então liderado pelo padre Edilberto Sena, que tinha como principais pupilos, entre os jovens que liderava através da antiga Pajusan (Pastoral da Juventude de Santarém), os atuais professores da Ufopa Socorro Pena e Everaldo Portela.
Pachequinho poderia ter se tornado um líder ainda maior, mas teve sua carreira interrompida exatamente dentro do PT, por ficar no meio do tiroteio entre os grupos que disputavam a hegemonia do partido em Santarém ainda no processo de formação do PT.
Enquanto do lado de cá reuniam-se jovens influenciados pelo padre Edilberto, do lado de lá outro movimento sindical com origens na zona rural crescia forte sob a liderança dos ex-freis Geraldo Pastana e Ranulfo Peloso (irmão de Milton, Pedro e Rita), além de frei Rainério responsável pela ascensão de lideranças sindicais na Transamazônica como os irmãos Ganzer (Avelino e Valdir) e eo ntão jovem Airton Faleiro.
O choque entre os dois grupos aconteceu durante a primeira convenção do partido, em junho de 1981, quando duas chapas se confrontaram pela liderança do partido. O sindicalistas rurais tinham maior número de filiações e a vitória parecia certa, mas as longas distâncias entre as localidades do interior acabaram sendo favoráveis aos eleitores de Feitosa, Edilberto, Pachequinho e Cia: um barco com filiados que vinha da região do Tapajós encalhou e não chegou a tempo de trazer dezenas de eleitores da chapa de Pastana, que acabou perdendo a presidência para Feitosa por apenas 6 votos (um parêntesis: esses mesmos seis votos que faltaram a Pastana naquela eleição, faltaram para o candidato de Oti Santos, o Juva, derrotar o sindicalista em sua primeira eleição para prefeito de Belterra, em 2004!)!
Mas se os grupos eram rivais, havia uma concordância entre ambos: na eleição de 1982 (que só não elegeria prefeito e presidente da República) Pachequinho seria imbatível nas urnas para ser eleito o primeiro vereador do PT em Santarém, ele que já era líder de si mesmo.
Aí teria surgido um plano sórdido que o próprio Pachequinho confessa em rodas menores: um falso telegrama assinado pelo presidente do PT nacional, Luis Inácio Lula da Silva implorava que Pachequinho não fosse candidato a vereador e sim a deputado federal para ajudar o partido, e com a promessa de que ele teria todo o apoio da cúpula municipal, estadual e nacional. Pachequinho acreditou e desistiu de uma vaga certa na Câmara Municipal para tentar um voo federal.
Mas o apoio petista não só não veio como conseguiram inviabilizar a candidatura do futuro deputado, por não entregar sua documentação correta no cartório eleitoral. Só aí Pachequinho percebeu a trama na qual havia sido envolvido. Com a traição deixou o PT e foi organizar o PDT, onde seria traído mais tarde pelo ex-arenista Cezar Sarmento, que o tirou da presidência e ao morrer ou ao cetro a um desconhecido Osmando Figueiredo que até hoje é o dono da legenda, praticamente expurgando Pachequinho do partido.
A falta de visão dos dois grupos e a ganância de eleger um Feitosa ou um Peloso para a Câmara Municipal em 1982, determinou a primeira derrota fragorosa do PT nas urnas municipais: nenhum de seus candidatos foi eleito, apesar de bem votados. Tanto Mário Feitosa quanto Milton Peloso poderiam ter sido eleitos se tivessem um “puxador de votos” como Pachequinho, mas a miopia petista naquele início de organização impedia arranjos pragmáticos como os que são feitos hoje pelo PT, para eleger dondocas da sociedade que nunca tiveram qualquer relação social com movimentos populares.
Depois da primeira derrota, Pastanas, Pelosos e Ganzers (PPG, como alguns chamavam o grupo, que se autodenominava Corrente) defenestram os Feitosa e os Sena da direção do PT. Feitosa foi pro PMDB, elegeu-se vereador e foi até presidente da Câmara, mas terminou sua história política como o primeiro ex-vereador preso por crime eleitoral em Santarém (fraude no 1º plebiscito de Mojuí dos Campos).
O PPG se dividiu com os Peloso formando outra tendência, Pedro foi vereador e depois superintendente do INCRA e chegou a ser preso na Operação Faroeste, liderada pelo deputado federal Roberto Faro, mas foi inocentado, e Milton já tentou se eleger umas cinco ou seis vezes, sem sucesso. Osmando foi preso na mesma operação que Pedro e também foi inocentado recentemente, mas a ausência dos dois no primeiro governo de Maria do Carmo por causa de suas prisões, acabou deixando surgir um novo monstro político petista, o “faraó” Everaldo Martins Filho que criou a Martilândia no PT.
Pachequinho caiu no ostracismo político, mas talvez tenha se deliciado em ver que aqueles que o traíram no ado, tropeçaram em suas próprias bazófias…
Oportuno resgate histórico, Jota Ninos. Brilhante!