“Meu doido coração aonde vais,/ Toma cautela com a realidade” (Florbela Espanca)
A noite ada ….
Já são 7h novamente, estou aqui, na cama, exigindo ao meu corpo que fique de pé para mais um dia.
Ele reluta – não quer! Sente o cansaço da última noite. Não lhe dei o descanso necessário, minha mente, alerta, lhe privou o sono.
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A ansiedade faz isso, nos deixa cansados, a cabeça parece pequena para tudo aquilo que há nela.
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“Vamos, corpo!” – “O alarme já voltou a tocar pela quarta vez. Temos que ir!”.
Ir para onde? É tudo igual. Já fizemos tudo que o dia nos irá pedir – em pensamento. (Sem novidades.)
Tic-tac…tic-tac …
A tortura desse som sobrecarrega a minha ansiedade, meu cérebro planeja a agenda do dia antes mesmo que ele comece. Não podemos ser pegos de surpresa.
“Cadê a dopamina?” – Precisamos …
Ok. Já estou de pé, temos sol hoje. Ponto a favor.
Talvez você me encontre lá fora, por aí. Talvez de alguma forma você faça parte do meu dia. Talvez ….
Talvez eu já tenha você no meu planejamento, talvez eu queira que você faça parte dele, talvez a gente tenha até combinado de se encontrar, talvez você não tenha tempo…
É talvez ….
“Ir para onde? É tudo igual. Já fizemos tudo que o dia nos irá pedir”
Talvez eu desista da sua companhia, talvez eu me perca nas tarefas do dia, talvez você fique lá, e eu cá. Mas quando isso acontecer, e se acontecer, surpreenda-se com um coração “deslogado” do real, um indivíduo sem rótulos. Uma alma que concebe a sua e a ela se adapta.
Mas quando, e se isso acontecer, não espere mais “do mesmo”, alguém pré-definido, o óbvio humano.
É, e se acontecer, não nos abandone no “talvez”, na ideia do possível, nas expectativas das nossas almas, na prisão do corpo que imputa os sonhos.
Pois (talvez) as expectativas sejam a nossa dopamina. Os desejos concebidos, nosso combustível. E as possibilidades, o ópio sagrado da existência.
Seguimos… E na certeza de que o irreal se confunde com aquilo que vivemos, finalizamos o dia.
Cautela! Nossos sonhos são grandes demais para a cela da realidade.
Já são 23h … Vamos, corpo, cubra-se! É preciso dormir…
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Aquela que anseia
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