
O Sindufopa, sindicato que reúne os professores da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará), emitiu nota criticando os atuais reitor, Hugo Diniz, e vice-reitora, Aldenize Ruela, da instituição por chancelarem a homenagem ao ex-reitor pró-tempore Seixas Lourenço feita pela Prefeitura de Santarém nos 357 anos do município.
Para o sindicato, a homenagem não faz jus à gestão autoritária, “com práticas de assédio moral” e abertura de PADs (Processo istrativo Disciplinar), de Seixas Lourenço.
“O Sindufopa não considera pertinente para a Universidade a indicação de homenagem sem que isso tenha vindo de amplo reconhecimento da comunidade acadêmica e de suas representações, visto que Seixas Lourenço não deixou para a UFOPA um legado de democracia”, diz a nota.
Abaixo, a íntegra do documento:
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SINDICATO DOS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – SINDUFOPA
SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN (SINDICATO NACIONAL)
NOTA SOBRE INDICAÇÃO DE HOMENAGEM AO SEIXAS LOURENÇO
A Diretoria do Sundufopa vem manifestar preocupação e repudiar a nomeação de homenagem ao professor Seixas Lourenço, ex-reitor Pró-Tempore da Ufopa, em virtude do aniversário de Santarém como indicação do atual reitor e vice-reitora, prof. Hugo Diniz e Aldenize Xavier.
Durante a gestão Seixas foi criado o movimento “Fora Seixas” exigindo eleições democráticas para escolha dos representantes a Reitor e Direção dos Institutos.
Foi uma gestão marcada por práticas de assédio moral, PAD e não aceitação pelas categorias da Ufopa da forma como se conduzia a universidade autoritariamente.
O movimento que deu ensejo a primeira eleição à reitoria da ufopa e sua destituição em Brasília nasceu da luta interna das categorias pelo “Fora Seixas” e pela democracia na universidade.
Mesmo após a sua destituição, continuou-se exemplos de descaso a democracia, em que o mesmo se recusou a ar o cargo à reitora eleita, fato que continua a reverberar com o atual reitor se recusando a receber a transmissão de cargo, e que retira um momento de consagração da democracia.
Vale lembrar que o movimento que desencadeou o “Fora Seixas” tinha ampla participação das três categorias (docentes, discentes e técnicos), que impulsionou internamente a eleição a Reitor da UFOPA em 2013.
A Gestão Seixas contou com aporte de recursos para implantar a infraestrutura física da UFOPA (bem antes do Ajuste Fiscal de 2015 e da Emenda Constitucional 95 de 2016) e não conseguiu tal intento, deixando a UFOPA com a herança de aluguéis pela cidade.
A falta de transparência e prestação pública de contas à sociedade; a ausência de regimentos internos, dando margens a práticas arbitrárias; a ausência de diálogo com as várias instâncias acadêmicas foi marca de seu modo de gestão, comandando a UFOPA de Brasília e pouco presente nos problemas da universidade.
O que choca é vermos a capacidade de discernimento dos atuais eleitos no pedido de desculpa ao Sr. Seixas e as contradições das próprias declarações momentos antes das eleições de 2017: “Não aceitaremos nenhuma ação autoritária. Não deixaremos voltar a mão de ferro da época do Seixas” (fala do candidato prof. Hugo Alex Diniz em 2017. Um dia antes da eleição da UFOPA).
O Sindufopa não considera pertinente para a Universidade a indicação de homenagem sem que isso tenha vindo de amplo reconhecimento da comunidade acadêmica e de suas representações, visto que Seixas Lourenço não deixou para a UFOPA um legado de democracia e nem de gestão que respeitasse os preceitos constitucionais e legais de participação democrática em defesa da universidade pública.
A atual Gestão Hugo, eleita com apenas 30% dos votos na consulta prévia, não pode ter a prerrogativa de representar a comunidade acadêmica da Universidade com tal indicação de homenagem, pois tal indicação, pelo fato de ser polêmica, não representa o que pensam os docentes da UFOPA.
A Diretoria
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