Indígenas vão processar por ódio e injúria racial quem os atacou por vacinação em Alter do Chão

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Indígenas vão processar por ódio e injúria racial quem os atacou por vacinação em Alter do Chão
Indígena sendo vacinado em Alter do Chão. Foto: Alex Ribeiro/Agência Pará

Duas associações indígenas de Alter do Chão, em Santarém (PA), assinam nota em que repudiam ataques de “discursos de ódio e injúrias raciais” que vêm sofrendo por conta da vacinação contra covid-19 de indígenas que moram no distrito.

Conforme a Associação Iwipurãga da Aldeia do Povo Borari de Alter do Chão e a Associação Indígena Borari de Alter do Chão, medidas judiciais serão tomadas contra quem, principalmente nas redes sociais, está propagando “opiniões travestidas de racismo, preconceito e ódio. Ferindo direitos e desvalorizando a história e a cultura de uma população”.

 

A vacinação dos indígenas residentes em Alter do Chão é “legal”, segundo os signatários da nota de repúdio.

“O fato de nós, Borari, sermos nativos de Alter do Chão, não nos torna menos indígena, nossos anteados estavam aqui antes do estado nação, antes da colonização, que trouxe a cidade para nossa aldeia, inclusive o nome Alter do Chão. No entanto, ser indígena aldeado não é está fora da “civilização”, que para nós indígena é um termo muito racista”.

Leia a íntegra da nota de repúdio. Ou abaixo.

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO – indígenas de alter do chão by Jeso Carneiro on Scribd


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7 Responses to Indígenas vão processar por ódio e injúria racial quem os atacou por vacinação em Alter do Chão

  • Concordo com a prioridade de vacinação de indígenas aldeados, mas onde ficam as aldeias de alter do chão ????

  • Sou morador de Alter do Chão há 13 anos e digo que é fácil reconhecer uma população indígena aqui. Só não vê quem não quer. Está no olhar, nos traços físicos, ns cultura e na história do povo Borari.

  • Boa ideia do sr josé roberto termos esse espaço. Que privilégio dos primeiros vacinados. A OMS divulgou hoje que somente 2,5% da população da União Européia foram vacinadas até agora. OMS pede pressa aos laboratórios que ainda não conseguem atender demanda mundial nem no primeiro mundo. Portanto que bom essa distinção e privilègio do indigenas já serem os primeiros, os especiais, os privilegiados

  • Bom dia Jeso. Que bom poder voltar a seu canal novamente e agora mais feliz do que nunca com esta boa notícia é esta que você me traz nesta manhã de sexta-feira.
    Confesso minha mais absoluta animação incontida ao saber que meus adversários da esquerda identitária e do movimento indigenista regional, depois de quase uma década de postura estratégico silêncio, finalmente mordeu esta isca midiática que com tanto cuidado e respeito plantei com o claro objetivo de provocar o debate público e democrático que, como cientista social sempre desejei que fosse público e notório, debate este que nunca efetivamente aconteceu sobre a tão importante problemática do o aos direitos territoriais por meio da autodeclaração étnica obtida por meio da manipulação identitária artificial, política e ideológicamente induzida.

    Para quem ainda não leu meus artigos, onde faço as minhas denúncias, informo que os links são estes aqui:
    1. https://segredosdatribo.wordpress.com/2021/02/04/autodeclaracao-etnica-gera-fraudes-tao-descaradas-em-aldeia-alter-do-chao-que-ate-cacique-ptista-reclama-so-o-mpf-nao-ve-nada/
    2.https://segredosdatribo.wordpress.com/2021/01/26/dizendo-se-indigenas-e-habitantes-da-aldeia-alter-do-chao-movimento-indigenista-frauda-a-campanha-nacional-de-vacinacao-em-plena-luz-do-dia-e-e-aplaudido-pela-grande-midia-brasileir/

    Aproveito seu post para reforçar a postura acadêmica e posicionamento técnico e a interpretação social que considero legítima e acertada acerca do problema. Segue meus pontos:

    1) Alter do Chão, para todos e quaisquer efeitos istrativos não é uma “aldeia indígena”, não podendo e não devendo ser tratada como tal por políticas públicas que afetem a maioria da população.
    2) Sua população mestiça, cabocla, amazonida e santarena, mesmo pintada para celebrações ou enfeitada com cocar na cabeça, saia de palha e tacape na mão, NÃO é socialmente reconhecida como grupo étnico diferenciada,
    3) Este pequeno de grupo político de autodeclarados Borari é liderado por um grupo ainda menor de militantes que aderiram à estratégia política da autodeclaração étnica, que não se consolida sequer como a maioria populacional da população de Alter, não contanto por isto mesmo com a legitimidade democrática.
    4) Por isto mesmo, reconhecer a área como indígena seria uma medida autoritária. Ainda mais perniciosa e antidemocrática se tal reconhecimento for feito apenas por documento, laudo istrativo ou ação judicial, sem ar pelo crivo do voto e da decisão democrática de um plebiscito regional.
    5) Além disto a região nem sequer oficialmente identificada como terra indígena, faltando ainda um longo caminho para que ainda fosse delimitada, declarada, demarcada e homologada como tal.
    6) Sou levado a concluir, pela aplicação da lógica que a vacinação deste grupo constitui-se em Fraude coletiva à campanha nacional de vacinação que precisa ser primeiro denunciada e debatida de forma técnica e objetiva como estou fazendo aqui, trazendo minha honesta contribuição levando o caso até o Ministério da Saúde, para a SESAI, e sobretudo à ouvidoria do MPF, para averiguar quais foram os servidores públicos que prescindiram de suas atribuições e desobedeceram as recomendações do Ministério da Saúde burlando a fila do PNI.

  • Jeso, que tal criar um espaço no teu blog para informar a população santarena sobre as fases da vacinação. O que a gente percebe é que ninguém tem informações pra dar a população sobre a vacina.

  • Governo Federal considera prioridade os povos indugenas. Que bom que os povos indigenas são os primeiros a serem vacinados. O governo federal priorizou vacinaçao aos indigenas. É um direito

    1. Sim, Priorizar a vacinação de indígenas ALDEADOS é uma decisão acertada e um direito destes grupos que merecem nossa ajuda. Concordo plenamente faz sentido que a população indígena aldeada, ou seja, moradora de aldeias, deve ser um dos grupos prioritários na imunização contra a covid-19. Mas apenas os que vivem em aldeias têm preferência na vacinação, justamente porque é aquela parcela da população que não tem o fácil aos leitos de UTI, aos hospitais ou mesmo às unidades de saúde melhor preparadas. É por isto que os aldeados seriam vacinados neste primeiro momento. Agora, o que dizer quando um enorme grupo vem se dizendo indígenas “aldeados” receber vacinas na frente de toda uma enorme população regional igualmente cabocla, ribeirinha e mestiça?
      É por isto que muitos cidadãos santarenos sentem-se injustiçados e como eu entende que trata-se de uma Fraude coletiva ao PNI.

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