
A substância benzoilecgonina, um metabólito da cocaína, foi encontrada no exame toxicológico de Isabela Ataíde Lira, 30 anos, namorada do empresário (e vereador) Aguinaldo Promissória, 46 anos, morto em Santarém (PA) com um tiro de pistola na cabeça, disparado pelo próprio parlamentar, em setembro deste ano.
É o que aponta o laudo toxicológico feito pela Polícia Científica do Pará a partir da urina de Isabela, que é engenheira civil. O material foi colhido por uma perita policial ainda na madrugada do dia 25 de setembro, às 4h40, cerca de 4 horas depois da morte de Aguinaldo Promissória.
Isabela, que nega ser usuária de drogas, estava trancada na suíte com o namorado, quando ele disparou a 9 milímetros que guardava no cofre, da marca Springfield e fabricada na Croácia, contra a cabeça.
As substâncias na urina
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Assinado pelo perito criminal Douglas Eduardo Santos Avelar, o laudo toxicológico de Isabela apontou também a presença de mais duas substâncias: Levamisol e Clonazepam.
A benzoilecgonina não é encontrada em nenhuma medicação, somente na cocaína ou no chá de coca. Ela está, por exemplo, na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Antidoping (Wada). Pode ser detectada na urina a partir de 2-3 horas do uso até 3 a 5 dias.
O Clonezepan é um medicamento benzodiazepínico, usado no tratamento de ansiedade, transtornos do humor, entre outros. Popularmente é conhecido como Rivotril. Ele também foi encontrado no exame toxicológico de Aguinaldo Promissória, conforme o JC revelou nesta segunda-feira (29).

O Levamisol, segundo o perito Douglas Avelar, “é uma substância da classe dos Anti-helmínticos, geralmente utilizado nas parasitoses humanas e veterinárias. Atualmente detectado em associação à cocaína como um adulterante/diluente”.

Contraditório
Alcançada pelo JC nesta tarde de terça (28), Isabela Ataíde disse que nunca usou drogas. ite que bebe álcool, mas nunca fez uso de nenhum outro tido de droga. Revelou que tem certeza que as substâncias associadas à cocaína que foram detectadas em seu laudo toxicológico se devem a medicamentos que ela toma.
“Tomei remédios liberados pela Anvisa [a Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e que tem associação e biotransformação da cocaína”, explicou a engenheira.
“Tem um que é para fungos, vendido em farmácias e se chama Flucozanol, que deve conter a substância [detectada pelo exame toxicológico]”.
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