
Pow, Paulo Lima, tá certo que o Flamengo não ia bem, mas não era pra tanto. Logo domingo [16/04] que ganhamos, você nos derruba com uma “partida” dessas.
Esse jogo da vida não é fácil, mas é bonito quando aprendemos com os outros que ela só faz sentido em coletivo, em comunidade. E alguns como você se arriscam a ajudar que esse jogo seja mais justo, equilibrado. Que podemos ajudar a criar oportunidades para os que têm menos chances de participar dela com dignidade.
Uma comunicação melhor, quem sabe ar internet onde as redes não chegam e impede o o a tantos outros direitos. Você foi o cara da inclusão digital para muitas comunidades e especialmente para os jovens.
Vamos implantar umas antenas de um lado e do outro do Tapajós para compartilhar sinal da internet? Era 2007 quando nos conhecemos fazendo comunicação popular nas comunidades do Tapajós. A vida é isso, criar redes, erguer pontes ao invés de muros. Agora você estava com o novo projeto Conexão dos Povos da Floresta, dos Mundurukus ao baixo Tapajós, feliz da vida testando a nova tecnologia.
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- Adeus a Paulo Lima: Enterro do professor e ativista social será hoje à tarde.
Vê se agora mais perto das estrelas e dos satélites continua ajudando a gente pra conexão não cair, pois vamos precisar.
Sempre alegre e brincalhão, com nosso outro camarada, o Magnólio, que também se foi, Paulo ganhou logo o apelido de São Nunca, por causa da aparência com um personagem de uma propaganda na TV, que brincava com o dia que as pessoas conseguiriam realizar um sonho, quando Magnólio perguntava no circo: qual dia vai chegar internet nas comunidades? Só no dia de São Nunca! E eis que você aparecia com a careca reluzente trazendo a boa notícia, o São Nunca chegou… hehe.
E muitos outros projetos construímos juntos, capacitação, inclusão econômica para os jovens, empreendedorismo, a copa floresta ativa… Assim as primeiras piracaias e a contemplação da beleza da nossa gente logo te encantaram e trocou o Rio de Janeiro pelo Rio Tapajós.
Trouxe o Hugo, moleque gente boa, que já misturava o samba, o reggae com o tucupi e o tacacá. Como bom apreciador, logo outro encanto se deu com um carimbó e a nossa música virou boto e até seduziu a nossa estrela cantora Cristina Caetano.
Deixou sementes, o querido Bento, um mocorongo nato e um grande legado por onde ou, educou e batalhou junto com a gente, nas horas alegres, e nas horas tristes, sempre com saúde e alegria.
Sacana, vais encontrar o Magnólio primeiro que eu. Vá em paz amigo!

Fábio Pena
É um dos coordenadores da ONG Projeto Saúde & Alegria, com sede em Santarém (PA).
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Com certeza, Paulo deixa história, deixa fatos… Que floresçam novos Paulos – e que não se vão tão cedo -; precisamos deles.
“Vê se agora mais perto das estrelas e dos satélites continua ajudando a gente pra conexão não cair, pois vamos precisar.” ….Sem palavras. Apenas, obrigado Paulo Lima.
Querido Fábio,
Saudades e obrigado pelo texto que você escreveu sobre o Paulo! Um abraço e até breve!