Os planos eram ambiciosos. O lançamento da ITA Transportes Aéreos, em junho, marcaria o início da criação daquele que, segundo o seu controlador, Sidnei Piva de Jesus, viria a ser o maior grupo de transporte do país, integrando modais aéreo e rodoviário, explorando concessões de aeroportos e até de metrô.
A pandemia, que provocou a maior crise da história da aviação comercial, seria uma oportunidade, e a empresa dizia que completaria o primeiro ano de operações com 50 aviões.
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Menos de seis meses depois da primeira decolagem, a ITA protagoniza uma das maiores debacles da aviação no Brasil ao suspender todos os seus voos de uma hora para a outra, faltando uma semana para o Natal.
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Afetou mais de 40 mil ageiros que contavam com a companhia para visitar parentes no fim do ano. Cerca de mais 150 mil não sabem se vão viajar nos próximos meses, apesar de a empresa ter declarado a intenção de voltar a voar em fevereiro.
A ITA teve o Certificado de Operador Aéreo suspenso pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) — e está ameaçada de ter o documento cassado de vez por falta de assistência aos ageiros.
Veja 4 sinais de que a ITA não voaria longe:
1 – Não havia estrutura de capital robusta
O contrato social apresentado à Anac pela Itapemirim Transportes Aéreos (ITA), do mesmo dono da viação que está em recuperação judicial desde 2016 por causa de uma dívida de mais de R$ 200 milhões, indica que ela só tinha R$ 380 mil como capital social, muito abaixo dos padrões do setor.
2 – Polêmicas e salários atrasados
Na primeira seleção de tripulantes, uma taxa de R$ 1 mil cobrada de candidatos por um site intermediário gerou controvérsia. A manobra foi abandonada após denúncia do sindicato de aeronautas. Com a crise financeira, a empresa atrasou a folha de pagamentos e depósitos no FGTS.
3 – Falta de aviões e cancelamentos
A ITA começou a operar em junho com a promessa de alcançar 50 aviões no primeiro ano, mas só teve 5. Vendeu agens para uma frota maior e o resultado foi uma série de cancelamentos de voos para reestruturar a malha, que começaram ainda antes do dia 17, quando a aérea parou de vez.
4 – Manobras financeiras frustradas
Sem conseguir viabilizar aportes de investidores árabes, a Itapemirim ou a usar recursos que deveriam abater dívidas para financiar o braço aéreo. O caixa secou e a empresa não conseguiu mais pagar fornecedores como a Orbital , contratada para fazer o atendimento aos ageiros.
Com informações de O Globo
Quando vc é isento, vc é um dos melhores jornalistas que eu acompanho…De longe, só posso desejar mais sucesso…felicidades my friend.