Ford exige frades dos EUA na Amazônia

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One Response to Ford exige frades dos EUA na Amazônia

  • Jeso, com relação à nota do padre Sidney Canto, quero acrescentar o seguinte, já que a relação entre missionários e Ford não foi pacífica.

    Na verdade, Henry Ford não desejava missionário nenhum dentro de suas terras no Tapajós, sob a alegação de que se tratava de uma empresa privada, num momento em que ainda era muito forte o fundamentalismo protestante nos USA.

    A presença dos franciscanos nas possessões de Ford só foi possível depois de protestos de sindicatos operários de Detroit, a partir de grupos de trabalhadores católicos na indústria automobilística daquele país. Em seguida, entrou em cena o cardeal Mooney, de Detroit, que desenvolveu gestões junto à direção da Companhia, no sentido de mostrar-lhes que o Brasil era um país de predominância católica e por isso os trabalhadores deveriam ter assistência religiosa católica.

    No dia 25 de dezembro de 1994, o jornal O Liberal publicou uma entrevista minha com Dom Tiago, em que ele conta parte desses episódios. Em certo trecho da reportagem está escrito sobre a presença dele e de seus primeiros companheiros de aventura missionária no Tapajós:

    “Designados para trabalhar em Fordlândia e Belterra, a Companhia Ford os impediu, alegando que suas terras eram privadas e que lá não havia lugar para ministros religiosos. A situação foi contornada com a intermediação do cardeal Mooney, de Detroit, junto à sede da Ford, onde havia muitos operários católicos, que teriam pressionado a empresa a aceitar os franciscanos. Afinal, o Brasil era diferente, era um país católico.
    As relações com os dirigentes locais foram difíceis, sobretudo em Belterra. Em Fordlândia, a Companhia era chefiada por Charles Townsend, casado com a brasileira Elza Seiffert, facilitando o relacionamento. A situação mudou em 1945, quando a Ford ou as propriedades ao governo brasileiro. Antes mesmo, os padres já contavam com a ajuda de pessoas como o médico Clarindo Martins, falecido ano ado em Belém. Juntamente com o também médico Aloísio Melo, Clarindo formava, com dom Tiago, um antigo trio de amigos, com alguma frequência vistos juntos, em alguns restaurantes de Belém, recordando os velhos tempos no Rio Tapajós”.

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