Bemerguy, dois olhares: ontem e hoje

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Lameira Bittencourt - 1950
Rua Lameira Bittercourt, em 1950. Abaixo, a mesma rua, em 2010

Lameira Bittencourt - 2010No próximo dia 18, às 20 horas, a fotógrafa e jornalista Lila Bemerguy inaugura em Santarém a exposição fotográfica “Olhares Cruzados”, resultado da bolsa de pesquisa, criação e experimentação artística concedida pelo IAP (Instituto de Artes do Pará) este ano.

A fotógrafa santarena pesquisou a história e a obra fotográfica de seu avô paterno, Vidal Bemerguy, e novamente fotografou os lugares registrados por ele. A mostra será em formato de instalação fotográfica com imagens em preto e branco de autoria de Lila, Vidal e outros autores anônimos.

A mostra será montada inicialmente no Casarão do Barão de São Nicolau, na rua Floriano Peixoto, no centro da cidade. O casarão preservado, onde reside o também fotógrafo Edson Queiroz, foi escolhido não somente pela sua importância histórica, mas por ser um dos poucos preservados na cidade, cuja história arquitetônica foi tão descaracterizada ao longo dos anos.

A instalação conta com 25 imagens em preto e branco de autoria da fotógrafa, produzidas com câmera analógica e copiadas em laboratório.

“Não quis fazer digital, pra homenagear a forma como os fotógrafos trabalhavam”, explica.

Além das imagens, a mostra terá objetos de época, fotos originais de Vidal Bemerguy e projeção de imagens de Santarém, feitas entre 1950 e 1970.

No decorrer da pesquisa, Vidal Bemerguy, que atuou como fotógrafo em Santarém entre os anos 50 e 70, acabou se tornando um símbolo de todos os fotógrafos anônimos, ou que não deixaram nas suas imagens, mas que fizeram com que a história de uma cidade não fosse sepultada em escombros e ruínas, mas permanecesse viva no tempo suspenso da fotografia.

“É como se revivesse os lugares escolhidos pelo olhar do meu avô”, diz Lila.

O resultado final foi concebido a partir do desejo de proporcionar ao visitante a idéia de circular numa casa onde mora alguém que possui “alma fotográfica”, um personagem apaixonado por essa atividade, que poderia ser Vidal, ou mesmo qualquer um dos fotógrafos que aram por Santarém.

Inserido neste espaço está o trabalho produzido pela fotógrafa, que dessa forma se funde, se cruza com aqueles olhares do ado. As imagens do ado e do presente de uma cidade no mesmo espaço como também da transformação de um lugar em espaço de tempo de cerca de 50 anos.

Serviço: Instalação Fotográfica “Olhares Cruzados”
Vernissage: 18 de dezembro de 2010, na Rua Floriano Peixoto, 346
Hora: 20 horas


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7 Responses to Bemerguy, dois olhares: ontem e hoje

  • Poxa Jeso, que foto linda!!! Vc poderia postar mais fotos desse estilo, pra lembrarmos de nossa Santarém de antigamente. Parabéns!!! E parabéns a Lila!!! Vou visitar essa exposição lá no meu amigo Edson…

  • Muito interessante, esta idéia, principalmente, para os mais jovens, que poderão realizar uma visita ao ado, através das fotos, essa exposição será aberta ao público, em que período?

  • “Bemerguy, dois olhares: ontem e hoje”

    Parabéns Lila pelo excelente trabalho e pela ideia do resgate da memória fotográfica impressa para que todos nós que vivemos desde essa época, possamos relembrar nossa infância. Eu tive oportunidade de conhecer o laboratório do Seu Vidal e conversar com ele quase que diariamente quando, todas as tardes saia de casa na rua João Pessoa(hoje Lameira Bittencourt) e ia pular do caisinho no rio tapajós(quando era época de cheia lógico).
    Sucesso.

    Jorge Hamad

  • Jeso, parabens a minha irmã Lila, pelo seu trabalho profissional e o resgate da memoria de nossa bela cidade. Todos nós que tivemos o privilégio de conviver com meu avô Vidal, inclusive voce foi um deles, no “Caisinho”, de ternas lembranças, sabemos da figura excepcional que ela era.. Noticias de eventos como esses, fazem nosso dia de trabalho fluir com mais leveza. Sucesso, Lila.

  • Qual foi a evolução da arquitetura (esteticamente falando) dos tempos de outrora para os atuais? É fascinante ver a arquitetura de antigamente. Tudo mais bonito!

  • Muito bacana esse resgate da memória de nossa cidade através das fotografias, me remete a lembranças emocionantes. Eu, por exemplo, lembro de quando eu era criança e eava com meu pai sobre as pontes de madeira construídas de improviso durante a enchente, época em que as águas do Tapajós invadiam as ruas centrais.

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