
Apesar de rasa, a decisão do corte de celular em sala de aula é compreensível. É fato que as telas têm tomado muito do tempo de crianças e adolescentes e que os efeitos disso para a formação da sua personalidade e aprendizado se mostram comprometedores, e é por essa razão que precisamos encarar a questão (e que não precisa ser um problema) de frente.
O primeiro o é encarar o aparelho celular como um fato, e que já tem um espaço incontestável no momento presente, inseparável como uma parte do corpo.
Leia também de Luanna Silva sobre o tema:
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Mas ainda assim, um aparelho, sob nosso comando. O utilizamos para facilitar a comunicação e ter o à outras realidades, a possibilidade de fazer parcerias e explorar novos contextos. Ou seja, sua existência não se traduz apenas em desperdício e desespero.
Por outro lado, o conteúdo não é sempre o mesmo e é sobre isso que precisamos debater e legislar. Limites etários, vocabulário, o a determinadas páginas, a responsabilidade de quem posta e o que.
De que forma o apoio político e público pode determinar a diminuição da necessidade, com mais o a outras ocasiões e formas de aprendizado e entretenimento, mais e para as famílias com suas crianças se desenvolvendo a precisando de oportunidades, orientação e parceria no cuidado com elas.
E pais e escolas juntos quanto ao estimulo a essas crianças e adolescentes para o pensamento crítico e avaliação própria do conteúdo que consomem, ando para eles aos poucos, em doses medidas, a responsabilidade sobre suas horas conectados e o que vem depois delas.
Orientar e mostrar confiança na sua capacidade de julgar e filtrar o que lhe é dito e mostrado, e o que se pode tirar disso.
O mundo caminha para uma realidade mais tecnológica e independente e precisamos acompanhar o movimento. Mostrar autoridade e autonomia sob uma realidade que já está aí e que precisa nos incluir e que também possamos agir sob ela.
Se tememos um futuro onde uma IA pode nos manipular e escravizar, precisamos falar agora sobre o que fazer e como enfrentar. Não temer, mas crescer junto, acompanhar o fluxo mais do que nos esconder dele é algo que não apenas precisa, mas que deve ser feito.

➽➽ Luanna Silva é de Santarém (PA), onde se fez e concluiu o curso superior em psicologia. Escreve regularmente no JC. Leia também dela: O luto das mulheres: um corpo, um alvo, o medo. E ainda: Julieta, sonho de palhaça em duas rodas fulminado.
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Simples. Ninguém nasceu com celular, tv, computador, rádio, etc, na mão.