Doutoranda em Ciências Agrárias, Larissa Almeida comenta o post Mais 2 líderes rurais são assassinados no PA:
Jeso,
Este crime repercutiu muito aqui em Belém (na Universidade Federal Rural da Amazônia), principalmente junto a colegas do doutorado que desenvolvem trabalhos de pesquisa científica com comunidades do Assentamento Praialta-Piranheira, nos núcleos de pesquisa UFPA de Marabá.
Segundo alguns, que já entrevistaram o casal para subsidiar trabalhos acadêmicos, os dois comunitários eram lideranças locais que não tinham medo de lutar contra o desmatamento na região e tinham na produção de subsistência e na extração de produtos florestais não madeireiros, sua fonte de renda.
— ARTIGOS RELACIONADOS
Por não aceitarem a extração ilegal de madeira, uma ameaça ao ecossistema do qual eles e centenas de comunidades fazem uso, sofriam perseguição e ameaças de morte. Hoje, infelizmente, eles viraram mártires desta luta, assim como aconteceu com Dorothy.
Aproveitando o ensejo, retrocedemos ao aprovar um código que potencializa o desmatamento e fica evidente que não estamos em um caminho salutar. Quando ficará claro que NÃO são necessárias mais áreas para produção de madeira?
São necessários investimentos e a implementação de tecnologias para usar os recursos naturais de forma racional, sendo que para extração de madeira, por exemplo, áreas de florestas nativas de produção são suficientes e a pesquisa tecnológica da madeira deve acompanhar as mudanças no mercado e o esgotamento de madeiras mais nobres, dando lugar a novas espécies a serem extraídas, enquanto outras se tornam mais escassas considerando seu diâmetro de corte, até dar tempo pra floresta se recuperar.
Por enquanto, está sendo mais cômodo e barato não contabilizar os custos ambientais e, pelo mesmo ralo, vidas estão indo embora.
O casal foi morto por causa de algo muito simples de se concluir: os assassinos de Irmã Dorothiy não foi punidos exemplarmente. É a impunidade que arma estes bandidos.
Jeso,
Vale a pena ler esse trecho do Artigo da jornalista Daniela Chiaretti (Valor e Folha entre outros) para ter uma ideia do nível de NOJO que a praga do RURALISMO pode alcançar.
….”Era perto das 16h quando uma cena grotesca aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados. O líder do Partido Verde, José Sarney Filho, lia uma reportagem sobre o extrativista José Claudio Ribeiro da Silva, brutalmente assassinado pela manhã no Pará, junto com sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva, também uma liderança amazônica.
Ao dizer que o casal que procurava defender os recursos naturais havia morrido em uma emboscada, ouviu-se uma vaia. Vinha das galerias e também de alguns deputados ruralistas. A indignidade foi contada no Twitter e muito replicada. “Foi um absurdo o que aconteceu”, diz Tasso Rezende de Azevedo, ex-diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro. “Ficamos estarrecidos”…..
Tiberio Alloggio
PS
Vou ali para vomitar !!!
Espero que esse crime não tenha menos repercussão em relação ao caso Dorothy. Os ideais do casal assassinado são os mesmos. Chega de impunidade.
Infelizmente, o Estado do Pará tem sido o palco da barbárie. Pessoas sendo mortas, simplesmente pela defesa do meio ambiente. Autoridades façam alguma coisa!!!!!!!!!