Corruptos e a eternidade

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Contraponto do leitor Solano Lira, a propósito do artigo Queimando o filme, de Tiberio Alloggio:

É um engano pensar o caso de corrupção no DF com uma demonstração de justiça contra esse tipo de crime.

Primeiro, há de se olhar atentamente o contexto eleitoral, a ideia de que a não punição do caso poderia acarretar prejuizo para a democracia, expressa no não comparecimento do eleitor, o que não é bom para os signatários da ideia de que o voto é uma expressão da democracia popular (representativa, não participativa, diga-se!), da escolha do povo, não importa se a pessoa tem ficha limpa ou não.

Segundo, a prisão do Governador, como disse Cony na CBN, não decorreu de uma punição necessariamente da corrupção, uma vez que a causa da prisão foi a obstrução das investigações, e não as chocantes cenas reveladas.

Por último, há uma determinação pré-eleitoral de purificar sangue de político corrupto, que pode estragar qualquer sonho eleitoral de partidos.

Além disso, há de falar que nos últimos anos houve um processo de naturalização da corrupção no Brasil, sem falar também que poder e corrupção andam solidariamente juntos, numa caminhada do tudo é possível. Os casos podem (e devem) ser punidos, mas os fatos talvez pertençam à eternidade.


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