A food and drug istration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos, aprovou o uso emergencial de 2 novos antivirais para a Covid-9. Na verdade, dois antivirais sob a forma de pílulas – um da farmacêutica americana Pfizer (Paxlovid) e outro da alemã Merk (Molnupiravir), sendo que o da Pfizer mostrou-se mais eficaz nos testes clínicos, reduzindo em quase 90% as mortes e hospitalizações de casos graves de Covid-19, enquanto que o da Merk reduzir em cerca de 30% as mortes e internações.
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O antiviral da Pfizer consiste em uma mistura de inibidores de proteases, enzimas que degradam proteínas. Os mesmos tinham sido previamente testados em infecções prévias por coronavírus que aconteceram na China no início do ano 2000 e também contra o HIV, o vírus causador da AIDS.
O Sars-Cov-2, o vírus causador da Covid-19, utiliza proteases tanto para entrar célula como para clivar (cortar) proteínas maiores produzidas ao sequestrar o material genético da célula humana. A clivagem ou corte destas proteínas maiores é fundamental para a sobrevivência do vírus dentro da célula. Portanto, o novo antiviral oral possui um excelente efeito terapêutico diminuindo a replicação do vírus.
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O mais interessante é que o novo antiviral da Pfizer possui, em altas doses, eficácia contra outras variantes do vírus, como a DELTA e a ÔMICRON, segundo alguns estudos.
O antiviral da Merk possui um outro mecanismo de ação. Ele inibe uma enzima chamada RNA polimerase, a qual se liga ao DNA da célula humana sequestrando a sua função e usando a maquinaria genética da célula em benefício do Sars-CoV-2. A RNA polimerase permite ao novo coronavírus usar a maquinaria genética da célula humana para produzir as suas próprias proteínas, como a proteína spike (S) que lhe garante o aspecto de coroa. Daí vem o nome coroa.
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O novo antiviral da Merk inibe a RNA polimerase do Sars-CoV-2, o impedindo de produzir proteínas importantes, desse modo evitando a replicação viral. No coquetel para controlar a infecção pelo HIV, vírus causado da AIDS, inibidores de RNA polimerase já são usados.
Os estudos mostraram que a pílula antiviral da Pfizer é mais eficaz que a da Merk, mas estudos futuros são necessários. As pílulas antivirais são importantes inovações e um grande avanço no tratamento da Covid-19, o que acrescenta uma nova ferramenta eficaz a aliar-se às vacinas contra esta terrível pandemia. A ciência salva vidas, o negacionismo contribui suas perdas.
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