
“Estamos muito felizes. Já nos sentimos vitoriosos e sabemos que a responsabilidade aumentará com essa grande oportunidade de levar o nosso trabalho para França”, frisou o produtor de amêndoa de cacau Helton Gutzeil, da Fazenda Panorama, no município de Uruará, no oeste do Pará, finalista entre 50 classificados de vários países produtores de cacau ao prêmio que será entregue no próximo dia 30 de outubro, no Salão do Chocolate em Paris (França).
Além da Fazenda Panorama, um das pioneiras no Pará no cultivo de cacau desde os anos 1970, a produção da Bahia também concorre na França com o produtor João Tavares, da Fazenda Leolinda.
Helton Gutzeil está na disputa internacional com o cacau híbrido distribuído pela Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), e João Tavares, com o Clone SJ02.
A qualidade da amêndoa paraense, o mercado para o cacau da Amazônia, os cuidados e a proteção fitossanitários foram temas da programação técnica nesta manhã de sexta-feira (20), na programação do 6º Festival Internacional do Chocolate e Cacau, realizado até neste (22), no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
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Comércio exterior
Helton Gutzeil está entre as centenas de produtores de cacau que participam do evento. O grupo familiar da Fazenda Panorama vende amêndoas para diversas regiões do Brasil, e ainda para países como Bélgica, França e Tailândia.
“Estamos iniciando o comércio exterior com os Estado Unidos, com quem fechamos recentemente nossa primeira remessa”, disse o produtor.
A qualidade, o sabor e o aroma da fruta paraense impressionaram a doutora em Biotecnologia Adriana Reis, gerente de Qualidade e Relacionamento do Centro de Inovação do Cacau, com sede em Ilhéus, na Bahia, e uma das palestrantes do Festival Internacional do Chocolate e Cacau.
“Se o Brasil ganhar em Paris um prêmio que seja, será valiosíssimo para o País. O Pará tem amostras de excelente qualidade”, frisou Adriana Reis.
Ela comentou que o cacau paraense vem se caracterizando como um cacau suave, com notas cítricas muito elevadas, amendoadas.
“Ele tem uma certa adstringência, mas uma adstringência aveludada. Essa constituição é muito interessante, e o mercado demanda bastante”, acrescentou a biotécnica.
“Existem joias de excelência escondidas aqui no Pará. Estou impressionada com as amostras. Elas são incríveis. Têm aroma e um sabor únicos. O Pará tem potencial para o chocolate intenso, de sabor agradável, e isso é só um exemplo dos diferenciais daqui”, reiterou Adriana Reis.
O Centro de Inovação do Cacau funciona há três anos com laboratório próprio, voltado à qualidade da amêndoa, fazendo uma espécie de ponte entre quem produz e compra cacau de qualidade.
Com informações da Agência Pará
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Jeso, vale o ditado casa de ferreiro, espeto de pau. Enquanto o cacau paraense chega nesse patamar, a Ceplac (gov. federal) e a Emater (gov. estadual) estão à míngua, vide suas estruturas e seu pessoal.
Certíssimo e certeiro. Realidade palpável e deplorável.