
por Jeso Carneiro (*) 255n3a
É do tipo sintonia fina a relação política entre as famílias Abreu, de Faro, e Hage, de Prainha, ambas no oeste do Pará. Na eleição do ano ado, por exemplo, o deputado estadual Júnior Hage (PDT) obteve em Faro a sua maior votação percentual entre todos os 127 municípios paraenses onde foi votado.
Na terra sob a tutela dos Abreu, o parlamentar liderou os votos válidos para deputado estadual, com quase 38% — mais do que conseguiu no QG-sede da própria família, Prainha, onde obteve 31,5%.
Como parceria é via de mão dupla, os Hage abrigam no gabinete da família na Alepa (Assembleia Legislativa do Pará) um dos 3 rebentos do casal Jade e Josué. David Abreu é secretário parlamentar e recebe salário de cerca de R$ 2 mil. Ele faz faculdade particular em Santarém.
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Essa sintonia fina entre os emergentes Abreu e o históricos Hage, pelo visto, vai além da política.
É o que se infere a partir da reportagem públicada ontem no Blog do Jeso sobre o mais novo escândalo de corrupção no oeste do Pará que vem à tona. As duas famílias estrelam o caso.
De um lado, estão os Abreu acusados pelo MPF — Jade, Josué, marido da prefeita, e o cunhado Jonael –; de outro, aparece Patrícia Hage, ex-prefeita, além de Luzia Otoni Bento, ex-secretária de Saúde em Prainha e uma espécie de unha-e-carne dos Hage. As duas atuam hoje como empresárias.
Todos juntos e misturados neste suposto esquema de corrupção investigado também pela Polícia Federal desde os primeiros dias deste ano. À frente da empreitada de esclarecimento do provável crime de responsabilidade está a procuradora da República Luísa Astaria Sangoi.
É ela quem está causando ruídos nessa sintonia fina entre Abreus e Hages. Pelo menos em áreas além da política.
— * É repórter e editor do Blog do Jeso.