Solução para a degradada praia do Maracanã

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por David Marinho (*)

Complementando o artigo anterior sobre o assunto, quando mostramos os agravos atuais da Praia do Maracanã, agora sugerimos as melhorias físicas.

Primeiro: o governo municipal deveria cadastrar todos os barraqueiros existentes hoje, fazer um planejamento junto a eles e montar uma associação, para que no período de verão fossem demolidas todas as atuais barracas.

Em seguida, a prefeitura construiria uma infraestrutura de mobilidade em concreto ao seu entorno, como: arelas largas e rampas, sanitários e vestiários coletivos higiênicos e impermeabilizados, com fossas hermeticamente fechadas para bombeamento periódico para evitar a contaminações do lençol freático e do próprio rio no período da cheia; postos de fiscalização de bombeiros, polícia militar e agentes ambientais.

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Além disso: um sistema de iluminação externa e caixa d’água elevada, alimentada com poço semi-artesiano profundo, para abastecer todo o complexo com água de qualidade.

Atrás dos quiosques existe uma grande área ociosa, que apesar de ficar submersa nas grandes cheias, pode receber um aterro compactado com um lastro de britas em nível compatível com as enchentes e ser implantado um estacionamento com retorno, parada de ônibus e canteiro central, meio-fios em concreto e calçadões em bloquetes para pedestres.

Depois, de acordo com a quantidade de comerciantes, seria disponibilizado um convênio com o Sebrae e bancos estatais, para crédito financeiro a longo prazo, para que eles reconstruíssem suas novas barracas, sob uma fiscalização técnica e competente.

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As novas barracas seriam erguida sobre lajes estruturais separadas uma das outras entre as árvores, obedecendo a um projeto padrão tipo chalé, com no máximo três modelos arquitetônicos e três tamanhos em áreas construídas, mas interligadas à arela central por os secundários individualizando os pontos.

Na principal chegada frontal, seria construída uma recepção geral ampla e coberta com rampas e escadas conectada à arela central, onde poderia ser exposto produtos do artesanato local e regional além de manifestações folclóricas de danças.

Nas “imagens 3D”, sugestões de como poderia ser feita essa infraestrutura nesse lugar tão bonito e aprazível, porém mal explorado.

Acho que os comerciantes apoiariam essa inciativa, pois a médio prazo eles teriam o retorno de seus investimentos com serviços de qualidade a seus clientes e a valorização de seus patrimônios comerciais.

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Santareno, é projetista e gestor ambiental.


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12 Responses to Solução para a degradada praia do Maracanã

    1. Lidiane, não sei se sua pergunta tem um pouco de ironia, ou você quer mesmo uma resposta técnica.
      Mas esse projeto, atende tanto no verão como no inverno, pois, a laje elevada deve ser compatível com o nível da maior enchente já ocorrida. Com o estacionamento em aterro para não ficar submerso nas cheias e atender a demanda de visitantes.
      Esse sistema de laje elevada, possibilita a limpeza periódica sob elas, e mesmo nas enchentes, se o projeto for executado com qualidade, as pessoas podem frequentar as barracas e até tomar banhos entre elas com o pelas escadas e rampas, pois o nível da água é baixo e espero que seja límpida pela manutenção da higiene e da responsabilidade ambiental.
      Não esquecer que as fossas e sumidouros devem ser hermeticamente fechados e centralizados para facilitar seus esgotamentos, e não pulverizá-lo por barraca, que será difícil controlar e fiscalizar.
      Querendo, é possível se fazer um trabalho de qualidade. É só contratar pessoas com capacidade para isso…

  • Belíssimo projeto, que (depois de implantado) poderia servir de modelo para outros balneários da cidade. Só não podemos esquecer de uma parada de ônibus, porque os que não têm carro também querem ir à praia.
    Como vemos, Santarém tem jeito!

  • Um belo exercício platônico. Só que o que lá há além de uma sombra imperfeita, também é uma treva.

  • Isaac, nós temos um potencial muito grande com uma natureza exuberante e vigorosa , capacidade produtiva e um povo disposto ao trabalho. Porém, falta um “maestro” com visão e logística, para que com sua “batuta”, orquestre um movimento progressista, mas alinhado com as questões ambientais e a sustentabilidade.
    Implementando projetos responsáveis e com conhecimentos de causa, para que seja possível minimizar os impactos ambientais, e usufruir das beneses que a natureza nos disponibiliza, com responsabilidade.

  • Vejo que nas palavras de Olavo das Neves o entusiasmo impera. Eu também fico orgulhoso de ver todas essas possibilidades em nossa carente região. Muitos santarenos gostariam de ver surgirem oportunidades de emprego ou de negócios aí mesmo. Todavia, acredito eu, que muita coisa não vai acontecer, isto porque há uma política estadual (Belenense) de inibição do desenvolvimento do interior, principalmente do sudeste e oeste do Pará por razões óbvias. Já temos visto o governo atuando através dos SLIDI – Sistemas Legais de Inibição do Desenvolvimento do Interior; Sistemas à saber: SEMAS; MP; IBAMA; SEFA etc… Os SLIDIs ainda são consideravelmente ajudados por nativos extremamente preocupados com Amazônia; Suas causas são sempre ambiental, cultural e, recentemente, antropológica. Nesse grupo estão alguns ilustres sociólogos, bem intencionados blogueiros, padres buscando a luz, juíses em busca de sentido na vida etc… Nenhum deles gera empregos, mas estão sempre lá com suas eloqüentes opiniões contrária quando algum projeto de desenvolvimento entra em discussão na cidade. Juram de pés juntos que estão fazendo algo de bom. À propósito, tai uma coisa que eles deveriam gritar, se estivessem mesmo preocupados com a cidade,… saneamento…

  • Caros,
    O ordenamento das praias de Santarém é fundamental, não apenas pelo embelezamento, mas para a manutenção do principal referencial da cidade: continuar a ser a pérola do Tapajós.
    Caso contrário, Santarém ará a ser referenciada pelo porto da Cargill, por ser centro logístico de distribuição de grãos com menor preço, como zona de livre comércio, como polo atrativo para o plantio de soja.
    Infelizmente, as secretarias municipais são divididas aos moldes das capitanias hereditárias. A de turismo, fundamental para liderar o ordenamento das praias, coube a qual feudo mesmo?

  • Belo projeto, Jeso vale ressaltar que os comerciantes da Praia do Maracanã já possuem uma associação e essa ideia de construir um complexo lá, como o Leonardo Aguiar citou, é antigo. No Governo Maria o ex secretário de Infraestrutura, em lugar da secretária Valéria, se comprometeu em dar andamento nas obras, porém até hoje nada foi feito. Prefeito Alexandre Von, em entrevista no período eleitoral, o senhor falou pra mim que iria resolver este problema que de certa forma não deixava o turismo alavancar. Ainda estou esperando se cumprir está e outras promessas!

  • Uma coisa muito importante vale ressaltar SANTARÉM é considerada uma cidade turística, se assim é por que não há investimentos grandiosos neste setor. Ora um investimento neste setor não gera desmatamento e sim preservação, porque que não fazem investimentos muitos pais de família poderiam trabalhar mas mais diversas formas de prestação de serviço mais turistas viriam visitar os grandes lugares de visitação ambiental estão ai praticamente no meio da cidade é só dar infraestrutura e capacitação para quem mora no entorno ou quem quer trabalhar. Nossa como é difícil né!
    Fica a indignação já deram tantas idéias e esses nossos “representantes” parece que só pensam em sei-lá o que.
    Só sabem olhar para alter do çhão, vamos dar atractivos naturais todos os dias para nossa população vejam o caso do Parque da Cidade a população tomando conta a bandidagem saiu de lá. Assim seria no Maracanã lá no lago do Mapiri onde tem a arela e uma orla e assim vai.

  • O problema vai ser convencer os barraqueiros, já que a grande maioria utiliza o local como residência também, mais a grande dificuldade vai ser o poder público tomar alguma atitude.

    1. É Renato, a nossa cultura sempre demonstra resistência ao novo e ao desconhecido, preferindo-se as vezes, o comodismo.
      Mas uma palestra com conhecimento de causa e convencimento, pode mudar essa postura, até porque esse lugar é público, e está aquém dos mínimos padrões de higiene, mobilidade e segurança.
      E esta revitalização pode ser feita por etapas, algum trecho sendo feito, os outros barraqueiros vendo as melhorias e a preferência dos clientes, se convencerão de que a mudança é pra melhor e necessária.
      Porém, uma coisa é certa, esse tipo de serviço tem de ser feito sem enrolação, é começar e concluir.
      Se o poder público não demonstrar interesse nem capacidade para execução, bem que um empresário forte da cidade poderia fazer uma parceria com os barraqueiros, bancando essa infraestrutura dentro dos padrões ambientais, e receber seus investimentos parceladamente dos barraqueiros, ou explorar algum tipo de evento durante um período determinado.
      A idéia está lançada, é só avaliá-la e aplicar…

  • Caro Jeso esse era um projeto desde da época do Dr. Roberto Branco a frente da secretaria de obra em que eu sempre falava em ser feito no Maracanã um estilo do tipo em Icoraci em Belém, dar o a população carente que não tem carro para sair para uma outra praia como Alter do Chão e outras.

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