
Não sou fã do sertanejo universitário e muito menos da chamada “sofrência”. Mas foi inevitável acompanhar a obra de Marília Mendonça. A sua presença de palco, a potência da sua voz e nas letras a sua vontade de revolucionar.
E revolucionou! Marília precisou de pouco tempo para brilhar como uma estrela nos palcos brasileiros. Mas foi em muito pouco tempo mesmo.
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Como na música já tinha antes o chamado “Clube dos 27”, de grandes cantores de fama mundial que morreram com essa idade, como Janis Joplin, Jim Morrison, do The Doors, Kurt Cubain, do Nirvana, e Amy Winehouse, o sertanejo universitário começou a registrar um triste grupo de jovens cantores que partiram antes de alcançarem os 30 anos de idade, como Cristiano Araújo, aos 29 anos, Gabriel Diniz, aos 28 anos, e agora Marília Mendonça, aos 26.
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A tragédia comoveu o público não somente por ser uma cantora famosa, mas também por conta de sua idade e da família que deixou, com uma criança de menos de 2 anos. A repercussão não veio apenas por causa da artista, mas a tristeza também envolve a pessoa de Marília.
A menina que estava no caminho de brilhar com mais intensidade, como as grandes estrelas celestes, contudo, quis o destino que ela se transformasse em mais um meteoro da história musical; mais um sucesso meteórico que ficará nas lembranças de muitas pessoas.
Viver intensamente leva ao sucesso, mas também pode levar a uma precoce interrupção na caminhada desse dito sucesso, como lemos na mitologia do grego Aquiles, que entre viver esquecido até a velhice ou viver na glória por pouco tempo, ele escolheu a segunda opção, tornando-se assim uma grande lenda. Mas Marília não queria a glória e o fim precoce juntos. Ela queria levar a sua revolução musical – “feminejo” – adiante. Queria contribuir mais, além de sempre dar ênfase à sua família.
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Mas a tragédia aconteceu. Se ela soubesse, com certeza não teria entrado no avião. E agora a sua família, os seus amigos e os seus fãs choram o inesperado.
Perguntam-se se o que está acontecendo é real. Escreveu uma vez o escritor irlandês Oscar Wilde: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. Marília Mendonça viveu. Foi além dos limites com tão pouca idade. E agora é mais uma lenda para a história da música brasileira.
Maravilhoso como sempre Silvan Cardoso
Muito Impressionante seus artigos meu Brother,o melhor que eu li .
Apoio,e sou teu Fã ..
Abraços
ARTISTA PRA SER LEMBRADO TEM QUE TER UMA CARREIRA METEÓRICA E MORRER PREMATURAMENTE, SENÃO CAI NO OSTRACISMO E VIRA UM CACHORRO MORTO QUE NINGUÉM CONVIDA PRA NADA, AINDA MAIS AGORA QUE ACABOU O FAUSTÃO, QUE ERA O ÚNICO APRESENTADOR NO BRASIL QUE RESSUSCITAVA ARTISTAS MORTOS AOS DOMINGOS!
Silvan, sempre muito cirúrgico com as palavras 👏🏼
Que texto lindo e comovente do silvan. Um olhar de respeito e de valor a todos os estilos da diversificada MPB
Verdade, acima de tudo de respeito por um estilo musical que diz não gostar, mas que tem milhões de amantes e consumidores. Parabéns!