Jeso Carneiro

A Ufopa, o PIB, a educação e a corrupção 414h4h

por Álvaro Cunha (*) 1v225w

De verdade como torço para que o Brasil dê certo. Não sou daqueles que procuram defeitos no governo cuja sigla partidária é xis, ípsilon ou zê, mas o anúncio dos analistas de mercado estava correto; era preciso só tempo para que sentíssemos os primeiros efeitos do tsunami — que não é uma simples ‘marolinha’.

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Aldo & Anselmo.

Terça-feira, 3, será um dia marcante, em 2013, para os brasileiros, afinal o recuo da economia no terceiro trimestre — de 0,5% — trouxe à tona não só a frustração com um desempenho pior do que o esperado como consolida a percepção negativa com a economia do País. É a primeira queda desde 2009.

Os números do PIB são mais um sinal da fragilidade econômica tupiniquim. Essa fraqueza tem como resultado a piora do sentimento com relação à ‘pátria amada’. Se o Brasil não reduzir sua dependência do consumo e do populismo fiscal, a estagnação inflacionária poderá se tornar norma aqui e os mercados punirão sem dó nem piedade, embora o mundo ainda respire o ar contaminado da crise financeira nos EUA e na Europa.

Traduzindo: faltará grana, o emprego diminuirá e o temor vai “bombar” tanto na Ufopa quanto nos grandes centros financeiros a partir de 2014. A profecia não é escatológica, já é uma realidade.

Fosse tão-somente a inflação, tirávamos da manga o curinga e tudo estava de boa; pior foi que na educação — segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes [Pisa, em inglês] — ficamos com o 58º lugar no ranking entre os 65 países analisados, um posto vergonhoso e inissível para um País cuja Universidade Federal do Oeste do Pará é referência em educação, ciência e tecnologia.

Como não bastasse — foi péssimo o quadro que o relatório da organização Transparência Internacional sobre a percepção de corrupção ao redor do mundo divulgou nessa fatídica terça-feira — ele, [o Relatório], apontou o Brasil como 72º colocado entre os 177 países mais honestos. Logo agora, na crista da onda, em que o Aldo e a Raimundinha se digladiam pela reitoria da significativa Ufopa, universidade encravada na cobiçada selva amazônica [!].

O panorama é preocupante — segundo especialistas em riscos — se a Ufopa, o PIB, a educação e a corrupção não forem consertados. Nessa tocada, não temos muito o que festejar para um futuro próximo cujas pontes construídas dão sempre num vazio obtuso.

Não basta termos “grandes professores e pesquisadores” numa academia, se não dermos um exemplar conceito de gestão. Ao contrário, há a certeza duma prática de corrupção extensa, fisiológica e agnática. Ela [a corrupção] está muito relacionada a ambientes em decomposição e povos semialfabetizados que — ainda — se engasgam com um carapanã e engolem um pirarucu.

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* Santareno, é pós-doutor em etno-antropo-linguística. Escreve regularmente neste blog.

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