Terra
O perfil da revista Veja no Twitter foi invadido por hackers no início da tarde desta segunda-feira, por volta das 12h50.
O responsável pelo ato, que se identificou como @AnonManifest!, utilizou a conta do veículo para publicar a seguinte mensagem: “‘Jornalismo fascista nós não precisamos de vocês.’ A #LUTA CONTINUA #Brasil #OGiganteAcordou #Brasil #rEvolução”, em alusão aos protestos contra o aumento das tarifas no transporte público que têm ocorrido em diversas cidades pelo País.

O perfil faz parte do famoso grupo global de hackers denominado Anonymous.
Até as 13h10 a conta seguia sob o controle do invasor e já exibia três novos tuítes: “Aos mais velhos: Desliguem suas TVs, deixem o telejornal fascista de lado e venham para as ruas hoje” e “Nem a polícia e nem Mídia irão nos calar! #Brasil”, foram dois deles.
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Logo em seguida o hacker deixou uma mensagem de aviso a outros veículos de comunicação. “Outros vários perfis estão sendo tomados por mim neste momente e estará a dispor, p serem usados como divulgação de videos fotos…(sic)”.
A revista Veja é seguida por mais de 2,5 milhões de perfis da rede social.
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Estamos e estaremos nas ruas por essas e muitas outras:
“Somos contra a corrupção, mas não somos idiotas. A corrupção está entranhada em toda a sociedade. Não amos mais a corrupção policial, os “jeitinhos” para liberações de alvarás de grandes edifícios e shopping centers, não amos mais “um por fora” para acelerar processos na justiça, não amos mais concessões e privatizações que não trazem efetivo retorno para os mais pobres, não amos mais uma saúde e uma educação dirigida por um sistema que visa o lucro, não amos mais um modelo de eleições determinado pelo grande capital. O Brasil mudou e quer continuar mudando. Não queremos a volta da recessão, do desemprego, das privatizações escandalosas, da subserviência ao FMI e seu modelo de Estado Mínimo.
Queremos um estado que nos dê oportunidade de vencer, uma polícia que nos proteja e uma sociedade que nos respeite. Somos todos brasileiros e tudo que queremos é caminharmos juntos para um futuro mais justo, mais livre e mais igual.
O maior patrimônio de um país é o direito de seus cidadãos gritarem por um país melhor. Esse patrimônio que queremos resgatar. Essa é a nossa bandeira.”
“Paz sem voz, não é paz, é medo”
As vaias na abertura da Copa das Confederações
Publicado em 17-Jun-2013
No fim de semana – sábado à tarde -, a presidenta Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, antes do jogo entre Brasil e Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília. Faz parte. Entendo o destaque dado pela mídia ao episódio – o que, aliás, ela fez sem nenhuma tristeza…
No caso de Brasília – ocorreu, no fim de semana, também no Rio – a vaia só aumentou o clima tenso que cercou a abertura da Copa das Confederações. Durante todo o sábado, os manifestantes protestaram nas cercanias do estádio Mané Garrincha, contra os gastos com a competição. Além de protestar contra a realização do evento esportivo no Brasil, os manifestantes se diziam solidários com o movimento contra o aumento das tarifas do transporte público em várias cidades do País, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Mas a vaia faz parte da vida pública e democrática de qualquer personalidade/autoridade em qualquer parte do mundo. O resto é conversa fiada. No caso dessa manifestação contra a presidenta no sábado, vaiaram porque são oposição. Esta vem, já há alguns dias, criando esse clima para hostilidades contra autoridades e incentivando todo tipo de manifestação contra o governo – das que se têm realizado em São Paulo e degenerado em violência, caos e centenas de feridos e prisões, às que surgiram mais fortemente no fim de semana em Brasília e no Rio, contra os investimentos feitos em estádios para as Copas das Confederações agora e do Mundo no ano que vem.
Vaia, um componente da vida pública e democrática
Este movimento contra a Copa e os gastos com o evento tem o mesmo caráter do Movimento e Livre (MPL), autor das grandes manifestações contra aumento de tarifas de transporte público no país. Aliás, há manifestações programadas pelo MPL para hoje no país em diversas capitais, entre as quais, de novo em São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte.
O que temos de fazer é aceitar o direito de livre manifestação da cidadania e a PM não repetir os abusos e absurdos cometidos na avenida Paulista e em outras praças nos protestos promovidos pelo MPL nas semanas anteriores. Ela precisa obedecer rigorosamente os manuais que orientam sua atuação nessas situações e não reprimir por reprimir.
No caso da Copa, ao governo cabe dialogar e principalmente se comunicar com a população, dar transparência máxima aos custos e gastos com o evento e preparar planos de uso dos estádio no pós-Copa, um uso aberto à participação das comunidades, da juventude, para esporte, lazer e cultura e, como são arenas multiuso, criar nelas espaços para a educação e cultura.
Em suma, tem que explicar a importância da Copa para o país, o que ela representa em termos de entrada de divisas, o quanto representa para a economia. Nessa tarefa, ele até tem a ação facilitada pelo fato de o evento ter apoio da imensa maioria dos brasileiros.