Juiz ordena suspensão da propaganda institucional de Santarém por descumprir sentença na área de saúde

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Juiz ordena a suspensão da propaganda institucional de Santarém por descumprimento de sentença na área de saúde
Juiz Claytoney Ferreira recebe informações de servidora do HMS em inspeção judicial na unidade de saúde. Foto: JC/arquivo

O juiz Claytoney Ferreira determinou a suspensão de toda a propaganda institucional do Município de Santarém (PA), governo Zé Maria (MDB), até que sejam cumpridas as obrigações de melhorias no sistema de saúde, conforme sentença transitada em julgado em 2021.

A decisão, proferida nesta sexta-feira (16), também prevê o encaminhamento de documentos ao Ministério Público para investigar possível improbidade do ex-prefeito Nélio Aguiar, além de uma nova inspeção judicial marcada para 26 de junho.

O caso remonta a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Pará contra o Município, que em 2021 foi condenado a implementar medidas urgentes no Pronto Socorro Municipal (PSM) e no Hospital Municipal de Santarém (HMS).

Entre as obrigações, estavam a manutenção de plantões 24h com médicos de 6 especialidades, a disponibilização contínua de insumos e medicamentos, a higienização adequada dos ambientes e a ativação da rede de gases medicinais.

Descumprimento reiterado

De acordo com a decisão de Claytoney Ferreira, da Vara de Fazenda Pública e Execuções Fiscais, o Município de Santarém não cumpriu integralmente a sentença em quase 4 anos, mesmo após 5 tentativas de conciliação, bloqueios de verbas e ameaça de afastamento do então prefeito Nélio Aguiar.

O magistrado destacou que, em inspeção realizada em 31 de janeiro de 2025, constatou-se a ausência de prontuários eletrônicos, recebimento de insumos sem notas fiscais e pacientes de alta complexidade sem encaminhamento adequado.

Um dos episódios mais graves ocorreu em setembro de 2023, quando um incêndio no HMS colocou em risco a vida de recém-nascidos. O fato foi citado na decisão como exemplo da “tratativa da população como mera ‘coisa’”.

Medidas determinadas

Na decisão, o juiz ordenou:

  1. Suspensão da propaganda institucional do Município até o cumprimento das obrigações;
  2. Encaminhamento de documentos ao MP para apurar possível improbidade do ex-prefeito;
  3. Nova inspeção judicial em 26 de junho para verificar avanços.

Na decisão, Claytoney menciona que a atual istração assumiu há quatro meses, mas ressalta que “a continuidade do serviço público é um arrimo do Direito istrativo”. Apesar disso, o juiz considerou necessário aplicar medidas coercitivas devido ao “perigo da demora” e à necessidade urgente de assistência à população.

Próximos os

O governo Zé Maria terá até a data da inspeção para comprovar o cumprimento das obrigações. Caso contrário, outras medidas judiciais poderão ser adotadas. O MPPA acompanha o caso e já solicitou, em petições anteriores, o bloqueio de verbas públicas e a responsabilização de gestores.

Leia a íntegra da decisão.

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