
O deputado estadual paraense Torrinho Torres (Podemos) criticou decisões recentes da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em relação às terras indígenas Apyterewa e Ituna Itatá, no sul do estado. cl3p
O parlamentar voltou a afirmar que as duas terras são territórios que, historicamente, não são ocupados por povos originários. E com o processo de demarcação, conflitos, insegurança jurídica e crises econômicas estão tomando conta da região.
Torrinho defendeu produtores rurais e pediu sensibilidade ao governo federal na busca por uma solução pacífica para o problema.
Em discurso na Alepa (Assembleia Legislativa do Pará) nesta terça-feira (19), o deputado disse que em breve deve ocorrer uma desinstrusão na TI Apyterewa, em São Félix do Xingu. Na avaliação dele, a TI é excessivamente extensa.
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Torrinho Torres argumenta que antes de ser uma terra indígena, a área era o projeto de assentamento São Francisco. A ocupação indígena, segundo ele, começou com um acampamento de etnias que fugiram de conflitos em Tucuruí e Pacajá.
“Já teve absurdos 1 milhão de hectares. Atualmente são cerca de 770 mil hectares. Proponho que seja reduzida em 260 mil hectares, o que será suficiente para resguardar o direto à terra dos povos indígenas e mais que o dobro do que quando começou a ser ocupada. Isso sem prejudicar tanto produtores que ali vivem, fizeram sua história e cultivam suas vidas. Falar da Amazônia sem estar e viver aqui é fácil”, declarou Torrinho.
A Apyterewa está com processo de demarcação quase concluído.
“Barril de pólvora”
Outro problema que Torrinho destacado seria o “barril de pólvora” da TI Ituna Itatá, entre Senador José Porfírio e Altamira. Na semana ada (dia 15), começou um processo de retirada de rebanhos de gado da área, gerando mais conflitos numa área já marcada por embates.
Nesta terça-feira (19), o governo federal autorizou o apoio da Força Nacional à Funai no processo de retirada de gado da TI, que tem cerca de 142 mil hectares com processo de demarcação totalmente concluído.
“Nessa região, estamos assistindo a um drama semelhante, com gerações de famílias produtores rurais sendo ameaçados por essas demarcações equivocadas, que não refletem a realidade e a história locais; terra indígenas onde não há indígenas. O povo da Amazônia não tem direito de vencer na vida com os recursos que a terra nos oferece? Todo esse povo tem que ser perseguido e tratado como bandido por conta de uma minoria que não quer se adequar aos novos tempos e não preserva o meio ambiente?”, pontou o parlamentar.
Tourrinho lidera uma comissão da Alepa que está atuando junto à bancada federal, em Brasília, para encontrar soluções pacíficas aos conflitos de interesses que formam um cenário maior de crise na pecuária do sul e sudeste do Pará.
Ele mais uma vez agradeceu à sensibilidade do governador Helder Barbalho, e voltou a pedir mais sensibilidade ao governo federal e à Funai. “A crise tem levado a problemas de saúde mental às famílias de produtores rurais da área”, enfatizou.
Com informações do site Fato Regional
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