Jeso Carneiro

O povo cubano luta pelo que historicamente lhe foi tirado: a liberdade. Por Gustavo Freitas 6e346u

O povo cubano luta o que historicamente lhe foi tirado: sua liberdade. Por Gustavo Freitas
Manifestantes foram às ruas em Cuba sem medo de repressão. O povo cubano está cansado. Foto: Reprodução

Nos últimos dias aconteceram diversas manifestações ao redor da ilha de Cuba, o que por si só é um espanto, já que no país as críticas do povo ao governo nunca são bem vindas. j1v5t

O que acontece é que uma parcela da população decidiu encarar o medo da repressão e saíram pelas ruas para denunciar o descaso em que se encontra o país e, como esperado, o autoritário presidente cubano culpou os Estados Unidos por tudo o que está acontecendo.

 

A insatisfação da população cubana vinha se acumulando, o país a pela sua mais grave crise desde a queda da União Soviética, são frequentes os apagões de energia, o aumento da inflação, além da escassez de alimentos básicos e remédios.

Para piorar, Cuba vive um momento extremamente conturbado por conta da pandemia, os hospitais estão superlotados e há diversos relatos de pacientes que morreram sem sequer conseguir atendimento.

Todas as vezes que a atenção internacional se vira para Cuba, o partido comunista cubano sempre termina responsabilizando o mesmo alvo: o embargo econômico dos Estados Unidos.

Para quem não sabe, logo após a revolução cubana o então líder do país, Fidel Castro, estatizou diversas empresas americanas estabelecidas no país e que acabaram gerando um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares para os Estados Unidos. Em resposta, o presidente John Kennedy impôs uma série de sanções econômicas a Cuba que foram ampliadas no governo de Bill Clinton.


— LEIA também de Gustavo Freitas: O fim da mais longa guerra dos EUA é também alento ao Talibã.


O embargo está em vigor há mais de 60 anos, amplamente denunciado pela ONU, que corretamente alega ser incabível que essas medidas continuem em vigor. O embargo atrapalha Cuba, mas jamais pode ser entendido como único culpado pelo fracasso da ilha.

O país constantemente desrespeita os direitos humanos e viola a liberdade do seu povo em detrimento de uma família que comanda o país desde 1959. Até 2018 a ilha estava diretamente na mão da família Castro, já que Fidel comandou o país até 2008, ando o poder para seu irmão Raúl Castro, que largou de mão da presidência há três anos.

Desde então, quem comanda a ilha é Miguel Díaz-Canel, homem de confiança da família Castro e revolucionário ferrenho. Apesar de não estar mais no comando, Raúl Castro continua altamente influente no comando de Cuba.

O povo cubano está cada vez mais cansado, sedento por liberdade e, embora ainda não tenha conseguido conquistá-la, começa a enxergar que o preço de ser livre é algo que vale a pena pagar. Custe o que custar.

Gustavo Freitas

É estudante de Relações Internacionais e escreve regularmente no BJ sobre política internacional.

Sair da versão mobile