Poética
Esse gosto de barro nos meus versos
Esse travo mascavo
Essa língua original lambendo a cria no poema
Esse gosto de limo
Entre os dentes da sílaba grudados
Esse pretérito futuro em cada estrofe
O cipoal entranhando em consoantes
A farta piracema das metáforas
Tantos signos que vem maré montante
Tudo isso recolho nas tarrafas
De som e de sentido.
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De João de Jesus Paes Loureiro, poeta paraense nascido em Abaetetuba.
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